Seguindo diretrizes da matriz, a 3Com Brasil deposita suas fichas no mercado de grandes corporações para ganhar market share no segmento de soluções de networking. A decisão tem sua justificativa: na comparação com o trimestre anterior, os negócios da subsidiária brasileira no setor de empresas de grande porte registraram crescimento de 37% no terceiro trimestre fiscal de 2009, encerrado em fevereiro deste ano. Sem revelar números locais, Adriano Gaudencio, presidente da 3Com do Brasil, disse que, globalmente, a companhia teve lucro líquido de US$ 1,9 milhão no mesmo período.
Os bons resultados registrados pela 3Com no Brasil, país em que detém a 2ª maior participação do mercado de redes, atrás apenas da Cisco, levaram a corporação a eleger o país como área estratégica para manter o ritmo de crescimento em todo o mundo.
Tanto é assim que Ron Sege, presidente mundial da 3Com, veio ao Brasil pela primeira vez para apresentar ao mercado aquela que chama de “Nova 3Com”. “O Brasil é o primeiro a conhecer a Nova 3Com e suas estratégias”, destaca o executivo. “O objetivo por trás da nova estratégia é ganhar market share”, limitou-se a dizer Sege, sem admitir que os clientes da Cisco estariam no alvo da empresa.
Para cumprir o desafio, a exemplo do modelo de negócios adotado pela empresa na China, onde mantém a maior parte de seus negócios, a 3Com Brasil focará esforços nas grandes companhias para depois trabalhar as de menor porte. Além de novas ofertas, vindas de sua unidade de desenvolvimento H3C, recentemente adquirida da Huawei, para os clientes que já fazem parte de sua base, a subsidiária local pretende sim atacar clientes da concorrência. “Estamos sendo chamados para participar de concorrências em grandes empresas interessadas em renovar sua infra-estrutura a um TCO muito menor do que o oferecido por nossos concorrentes”, revela Gaudêncio.
Ao detalhar a nova 3Com, Sege explica que a estratégia está baseada em três principais pilares: custos reduzidos, produtos inovadores e proximidade dos clientes. Segundo ele, esta estratégia foi adotada com muito sucesso em tempos de recessão por empresas como Dell, Samsung, LG e Toyota, entre outras. “Esta é a fórmula que seguiremos para ganhar market share mesmo durante a crise”, garante Sege.
O executivo lembra que a 3Com conta com três marcas muito fortes – H3C, Tipping Point (as soluções de segurança estão em 30% das empresas listadas pela Fortune 1000) e a própria 3Com, reconhecida por suas soluções de rede. “Além disso, nossos produtos estão no mercado a muito menos tempo do que os dos concorrentes, o que significa que contam com muito mais inovação”, afirma.
No que tange a busca por menor TCO, Sege diz que seus produtos garantem um custo total de propriedade até 33% inferior ao oferecido pelas demais empresas do setor. Além disso, diz o presidente da 3Com, as soluções da empresa para data center garantem redução de 39% no consumo de energia.
“Até 2001, as soluções eram compradas pelo nível de inovação do fabricante. Depois, entre 2002 e 2008, a Cisco liderou as vendas porque o que se buscava era a segurança de saber que o fornecedor continuaria no mercado. Agora, as empresas farão aquisições em busca de valor”, analisa Sege, destacando, entre outras coisas, a facilidade de gerenciamento permitida pelas soluções 3Com.
Os executivos não revelaram os valores a serem investidos pela corporação na 3Com Brasil. Segundo Gaudêncio, esta será exatamente a pauta da reunião desta tarde na companhia. No entanto, diz o presidente da subsidiária brasileira, a companhia abriu recentemente dois novos escritórios – em Salvador (BA) e em Porto Alegre (RS), além daqueles que já mantém em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. “Também estamos trabalhando na abertura de instalações em Minhas Gerais”, conta, acrescentando que a companhia contratou cinco pessoas em março e possui três vagas em aberto. “Enquanto muitos estão demitindo, aqui, estamos contratando”, celebra.
A 3Com Brasil tem a meta de crescer 20% no Brasil este ano, e já tem recentes contratos assinados com os Correios (para provimento de data center) e vem aumentando presença em operadoras como CTBC e BrT, bem como em empresas como Itaú e Infraero, com equipamentos em 53 aeroportos distribuídos pelo país.
Site: Convergência Digital
Data: 15/04/2009
Hora: ------
Seção:Negócios
Autor: Fernanda Ângelo
Link: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=18481&sid=5