Os representantes de 200 empresas brasileiras de tecnologia da informação (TI) iniciam uma missão a Portugal e Espanha, no próximo dia 2 de Maio, em busca de parcerias no ramo de software e consolidar a presença brasileira na Península Ibérica.
"Os portugueses têm uma actuação em TI importante no bloco europeu", disse à Lusa Alberto Blois, director da Área Internacional da Riosoft, agente do Programa para Promoção da Exportação do Software Brasileiro (Softex), no Rio de Janeiro.
A Riosoft promove a capacitação e desenvolvimento tecnológico e de gestão das empresas de TI, assim como também fomenta a exportação.
Desde 2005, a Riosoft está a empreender acções de colaboração com Portugal e Espanha, no "sentido de internacionalizar" as pequenas e médias empresas, explica Blois - "internacionalizar de modo a facilitar que estas empresas façam contactos e realizem negócios internacionais, além de estabelecer modelos de parcerias entre empresas do mesmo porte, acções complementares para se unirem e serem mais fortes".
O relacionamento com Portugal decorre através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), e segundo Blois, tem apresentado muitos "casos de sucesso".
"Temos percebido que muitas empresas brasileiras estão se 'encapsulando' dentro de empresas portuguesas", referiu.
Desde 2006, foram firmadas pelo menos 30 parcerias dos mais diversos contratos entre colaborações, fusões, actuações em conjunto e compartilhamento técnico.
"Isso demonstra a total capacidade do Brasil de ser flexível. É um privilégio travar estes negócios, mas não é fácil construir esse relacionamento, há muitos formalismos e uma série de regras", admitiu.
Antes, essas iniciativas "levantavam desconfiança" por parte do pequeno e médio empresariado, afirmou o director do sector Internacional da Riosoft.
"Hoje já temos uma parceria estruturada com muitos contactos. Além de trazer divisas, é muito proveitoso para uma pequena e média empresa fazer contratos com outras de mesmo porte, dá notoriedade e cria uma competência técnica", esclareceu.
Apesar da situação de crise económica afectar o ramo, ainda há espaço para crescer.
"Com a crise, houve uma retracção por conta da desconfiança dos empresários. As empresas ficam preocupadas com o cenário mundial", reconhece.
No Rio de Janeiro, 90% das empresas de TI são pequenas e médias, destacou Blois, e este número pode ser ampliado para todo o país.
Segundo uma sondagem realizada pelo Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro, 60% destas pequenas e médias empresas prevêem aumento no facturamento e na oferta no número de postos de trabalho.
Esse viés de crescimento é importante para o sector face à actual crise, sublinhou. E Portugal, referiu Blois, é "estratégico" para o Brasil na área de TI, pois representa uma "porta de entrada" para a Europa e África vista como um "mercado promissor".
A Riosoft já mantém negócios com Angola desde 2005, mas ainda pretende levar o modelo de acção conjunta para os outros Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Diário Digital / Lusa
Site: Diário Digital
Data: 30/04/2009
Hora: 16h01
Seção: Tecnologias
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