Gartner projeta alta de 10% a 12% para gastos em outsourcing de TI no Brasil

16/07/2009
Durante sua VI Conferência Anual de Outsourcing, realizada em São Paulo, o Gartner revelou suas projeções para os mercados brasileiro, latino-americano e mundial de outsourcing de serviços em Tecnologia da Informação e Comunicações. Segundo a consultoria, mundialmente, o segmento deve registrar decréscimo de 4,3% em 2009. Para a América Latina, o Gartner estima uma redução de 5,6% do mercado de serviços de TI este ano. No entanto, ao contrário do que se pode imaginar ao bater os olhos nas estimativas, o Gartner explica que a queda prevista para o mercado latino-americano reflete a desvalorização do dólar em relação às moedas da região. Em entrevista à imprensa, concedida nesta quarta-feira, 15/07, Cássio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisas do Gartner, afirma que, embora o valor monetário em dólar de gastos com serviços deva cair cerca de 15% na América Latina, se considerarmos as moedas locais, teremos um resultado positivo. Para chegar a essa conclusão o instituto de pesquisas considerou uma cesta de moedas que incluiu o Real e os Pesos Argentino e Mexicano. “Ao considerarmos essa cesta, temos a projeção de alta de 6% para o mercado de outsourcing na América Latina em 2009”, assegura Dreyfuss. “Se observarmos apenas o Real, que é a moeda mais forte na cesta, o crescimento é ainda maior. A estimativa é que o mercado brasileiro de outsourcing de TI cresça entre 10% e 12% neste ano”, revela, acrescentando que a análise do Gartner leva em conta valores a partir dos orçamentos de TI das empresas, e não a partir das receitas dos fornecedores de serviços.Entre os setores de TI, o outsourcing de redes é o que apresentará maior crescimento, com previsão de aumento de 8,5% nos gastos na América Latina. A previsão para a região ainda aponta incrementos de 5,4% e 5,3% nos gastos com outsourcing de desktops e data centers, respectivamente, e crescimento de 5,2% e 5% para os serviços de BPO e outsourcing de aplicações. Em sua conferência, o Gartner reforça a opinião de que o outsourcing não pode ser adotado exclusivamente com o objetivo de reduzir custos. “O corte cego de gastos é apenas uma das alternativas. Dependendo da visão de valor para o negócio, um investimento bem planejado pode trazer melhores resultados”, afirma Dreyfuss. "Com a crise, muitos CIOs foram pressionados por suas áreas financeiras para diminuir gastos. Como resultado, o que vemos é uma série de empresas no Brasil (e no mundo) que já estivam em um nível elevado de maturidade em relação ao outsourcing regredindo dois a três degraus", observa Dreyfuss. Daí o fato de a consultoria bater tanto sobre a mesma tecla: “o outsourcing precisa ser adotado como parte da estratégia da companhia para chegar a seus objetivos finais de negócios”, alerta. "A adoção do outsourcing sem as devidas metodologias, planejamento, estabelecimento de processos e governança pode trazer resultados negativos", observa Dreyfuss.O Gartner estima que o mercado mundial de outsourcing crescerá a uma taxa média anual de 3% entre 2009 e 2013. Para este ano, a previsão é que o mercado movimento US$ 268,1 bilhões, número que deve chegar a US$ 324,9 bilhões, conforme projeções da consultoria. Sem números específicos para o Brasil, o Gartner projeta crescimento médio anual de 8,2% na América Latina no mesmo período, com receitas saltando de US$ 9,4 bilhões para US$ 13,9 bilhões entre 2009 e 2013. Brasil x ÍndiaO velho debate que confronta Brasil e Índia como alternativas para o outsourcing de TI não passou em branco durante a conferência do Gartner. Ian Marriott, outro vice-presidente de pesquisas do Gartner, afirmou que o Brasil é melhor do que a Índia em três de dez categorias analisadas pela consultoria: infraestrutura, ambientes econômico e político e compatibilidade.Por outro lado, precisa de mais suporte do governo e melhorias do sistema educacional relacionado à prestação de serviços de TI. O executivo também falou sobre a invasão das empresas indianas no mercado brasileiro. Segundo ele, a entrada dessas empresas não deve intimidar as concorrentes brasileiras. “Ela deve ser vista como oportunidade, pois as empresas trazem consigo seu conhecimento e experiência em outsourcing”, afirma.Site: Convergência DigitalData: 15/07/2009Hora: ------Seção: Negócios Autor: Fernanda ÂngeloLink:http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=19560&sid=5