Crise afeta menos a área de recursos humanos em tecnologia

Pesquisa da consultoria Watson Wyatt aponta que apenas 25% dos executivos entrevistados ligados à tecnologia sentiram efeitos negativos do cenário atual.A crise econômica mundial atingiu em cheio os programas de recursos humanos nas organizações, muito embora os setores de tecnologia da informação (TI) e de telecomunicações tenha impactos menores. “As empresas desses segmentos mostram-se mais otimistas quanto às perspectivas de recuperação”, afirma o gerente de marketing para América Latina da consultoria de recursos humanos Watson Wyatt, Marco Santana.Dados de uma pesquisa realizada pela consultoria no mês abril, com 441 executivos, apontam que enquanto 40% do total de entrevistados afirmaram que suas companhias foram bastante afetadas pelo cenário de turbulência, apenas 25% dos 47 profissionais ligados às indústrias de TI e telecom sentiram os efeitos negativos.Apesar de menos afetado, o setor não passou incólume. A pesquisa aponta que 50% das empresas das áreas cortaram investimentos para treinar profissionais. O problema é que interromper investimentos agora pode prejudicar as companhias no médio e longo prazo. Segundo Santana, quem deixa de investir pode sofrer com apagão de talentos no futuro.A percepção dos entrevistados de que os efeitos da crise devem se prolongar nós próximos 12 meses é a mesma para todos os setores. Entre os principais reflexos observados destacam-se mudanças nas políticas de remuneração e benefícios.SaláriosPressionados para promover cortes de custos, 63% dos executivos revelaram uma redução nos ajustes salariais e um terço acredita que os aumentos coletivos serão abaixo da inflação. “Ficamos surpresos com a forte queda nos ajustes salariais”, diz Santana.Outro aspecto que traduz os reflexos da crise refere-se à ampliação do quadro de funcionários. Segundo a pesquisa, 57% dos entrevistados tiveram as contratações congeladas. As decisões tomadas resultam das políticas adotadas pela matriz e como era de se esperar, o baixo crescimento da economia, o aumento das demissões e a taxa de câmbio são os fatores de maior preocupação e que trazem impacto direto na oferta de vagas.Quando se olha as práticas de remuneração variável, como bônus e opção de compra de ações da companhia (do inglês, stock options ), como recompensa ao desempenho profissional, 57% dos entrevistados disseram que suas empresas vão manter o mesmo patamar do ano passado e 50% não devem pagar nada. “Essas informações ainda pegam o momento pré-crise, já que muitas companhias nos reportaram resultados referentes ao ano fiscal que se encerrou antes do período crítico”, diz Santana.O curioso é que mesmo diante desses problemas e do grau de incertezas no mercado, aproximadamente 34% dos participantes acreditam que o clima organizacional não tenha sofrido impacto e 37% esperam que não seja afetado no futuro próximo.Site: ComputerworldData: 03/08/2009Hora: 07h00Seção: CarreiraAutor: Andrea Giardino Link: http://computerworld.uol.com.br/carreira/2009/07/31/crise-afeta-menos-area-de-recursos-humanos-no-setor-de-tecnologia/