Intel: não se faz inclusão digital sem uma estratégia para TICs
05/08/2009
O diretor de Marketing da Intel Brasil, Elber Mazaro, comemora a decisão do governo de criar uma linha de crédito para incentivar a aquisição de equipamentos para o UCA - Um Computador por Aluno, oficializada nesta terça-feira, 04/08, pelo BNDES, mas alerta: O Netbook, apesar de poder vir a ter um preço mais barato do que o Classmate não é o equipamento para um projeto de médio e longo prazo voltado para unir Tecnologia e Educação."O Classmate é um conceito. Ele reúne uma série de funcionalidades que o netbook, que é um produto, não possui. Volume não é o essencial nessa política", observou o executivo. Também nesta terça-feira, 04, a Intel lançou a sua nova estratégia de mercado onde a prioridade é marcar a identidade da companhia.A proposta é mostrar que a Intel é uma empresa muito além do PC, que conta com uma equipe de mais de 40 mil funcionários e atenta ao desenvolvimento econômico, cultural e social. "Precisamos marcar a nossa imagem como fornecedores de tecnologia de ponta não associados a um produto porque há vários segmentos onde queremos atuar como TV Digital, Telecom, nanotecnologia e outros", detalhou o diretor de Marketing da Intel Brasil. A companhia está lançando uma campanha - batizada de "apaixonados pelo futuro" - para marcar essa nova forma de atuação.Com relação ao financiamento aprovado pelo Governo de R$ 100 milhões para o UCA, a Intel Brasil comemora, mas salienta: O Classmate é estratégico e crucial. "Ele foi o 'pai dos netbooks' apesar de muita gente não querer assumir isso. O Classmate tem um propósito, tem uma plataforma, tem funcionalidades próprias para o projeto educacional. O netbook não tem esse conceito.", afirma Mazaro."Se a prefeitura fizer a opção errada, cabe aos responsáveis pela área de Educação brigarem por uma plataforma correta. Esses projetos são de médio e longo prazo. Não adianta ter volume de máquina. Não adianta colocar um computador na mão da criança se ele nao for usado corretamente", completa o executivo. Do ponto de vista da Intel, a ajuda financeira é considerada relevante para os parceiros, mas o mais importante seria uma visão política e estratégica de longo prazo para o setor de TIC no país.Nesta terça-feira, 04/08, o presidente da Intel, Oscar Clarke, aliás, vai levar ao presidente Lula, um posicionamento da indústria brasileira. Segundo Mazaro, não adianta conceder benefício fiscal apenas para o hardware. "Existe uma cadeia. A escola precisa de luz, precisa de um servidor, precisa de rede, precisa de telecomunicações. E todos esses serviços têm uma forte carga tributária, como ainda o tem o hadware, apesar dos incentivos da Lei do Bem", coloca o diretor da Intel. "O dinheiro ajuda. Impulsiona e acelera projetos como o de Piraí, onde havia condições para que as escolas recebessem computadores. Estavam preparadas para usá-los", disse."Na verdade, o Brasil está num momento crucial. Todos os países que, de fato, investiram em educação e tecnologia, tiveram uma política nacional de Banda Larga. Tiveram um plano. Aqui, o PAC (programa de Aceleração do crescimento) não tem uma única referência à Tecnologia e à Telecomunicações. É aqui que desponta a opção", preconiza Mazaro.E antes que a Intel venha a ser cobrada com relação à fábrica de semicondutores no país - um velho sonho do governo - o executivo foi bastante realista. "Falta educação, falta mão-de-obra qualificada, há uma burocracia imensa. Nossas fábricas exigem um uso intensivo de tecnologia. Não é só ter incentivo fiscal. E tem mais: as unidades são globais. E temos que preparar esse terreno, hoje, não existente no Brasil. Onde estão os PHDs, onde estão os cientistas?", indagou o diretor da Intel.Site: Convergência DigitalData: 04/08/2009Hora: 13h50Seção:Inclusão DigitalAutor: Ana Paula LoboLink: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=19807&sid=14