Petrobras e Polícia Federal temem "limpeza" da faixa de 450 MHz
18/08/2009
A destinação da faixa de 450 MHz a 470 MHz para oferta de telefonia e banda larga na área rural vai exigir que a Anatel "limpe" o espectro, atualmente utilizado por sistemas de radio de empresas, radiotáxis, etc. Para grandes usuários, especialmente do Serviço Limitado Móvel Privado (SLMP), essa "faxina" pode gerar prejuízos, como sugerem a Petrobras e a Polícia FederalNo caso da estatal do petróleo, mudanças nas faixas de frequências, 451 a 458 e 461 a 468 MHz, afetarão 6.555 sistemas já licenciados. A empresa teme que como as estações da Petrobras operam em caráter secundário, não haverá proteção para as mesmas e como há indícios de que os novos sistemas SMP e STFC poderão entrar em operação, especialmente no interior, onde há maior concentração dos sistemas desta empresa. "Há uma séria preocupação quanto à garantia da operação segura dos equipamentos de comunicações ora instalados", diz a estatal. "Caso a Petrobras venha a implementar mudanças nos seus sistemas, terá que despender recursos na ordem de milhões de reais e realizar novos planejamentos para modificações de sistemas instalados e algumas substituições, exigindo a programação de paradas de produção, causando situações impactantes no faturamento e distribuição de petróleo", conclui.No caso da Polícia Federal, o órgão sustenta que iniciou estudos em 2000 para implantar um sistema digital de radiocomunicação, com criptografia e transmissão de dados, que pudesse ser utilizado em âmbito nacional. Depois de consultar a Anatel, em 2003, a PF optou pela faixa de 460 MHz, e obteve as devidas licenças da agência. O órgão conclui que "a alteração da destinação da faixa de 460MHz trará grandes prejuízos para a PF, tanto operacional como financeiro". O argumento é que o órgão que fez um planejamento minucioso, seguiu todos os passos exigidos na legislação específica de telecomunicações e aplicou altos valores na aquisição e instalação do sistema e no treinamento de seus servidores. "A troca de freqüências do atual sistema demandaria altos investimentos, não mensuráveis no momento, com a substituição de vários componentes e equipamentos. Quanto aos terminais portáteis e móveis, teriam que ser todos substituídos. Daí depreende-se a necessidade imperiosa de se manter os grupos de canais destinados ao DPF nessa faixa de 460MHz, podendo os demais grupos terem outra destinação, sem perdas significativas", sustenta a PF.Na mesma linha, a Motorola lembra que as mudanças que exigirão a migração de usuários não só do SLMP, mas também de SLP (Serviço Limitado Privado) e SME (trunking) “significam a troca total do parque instalado com elevado ônus não só de equipamentos mas também de projetos e serviços para os atuais usuários”.A fabricante argumenta que nos últimos cinco anos entregou cerca de 200 mil equipamentos, em sua maior parte fabricados no Brasil, para usuários nestas faixas. "Os equipamentos disponíveis nestas faixas de freqüência apresentam a característica de serem programáveis dentro de certos limites, sendo que normalmente, os limites são mais restritivos para os equipamentos de menor valor aquisitivo, ou seja, quanto menor o poder econômico do usuário, menor é a faixa em qua a migração é possível".Diz ainda que os equipamentos que possuem a gama mais ampla de utilização abrangem a faixa de 403-470 MHz, não permitindo programação abaixo desta faixa. Ademais, os equipamentos em uso foram concebidos e certificados para um espaçamento de 5MHz entre freqüências de transmissão e recepção, espaçamento que não está contemplado na canalização proposta, colocando ainda mais em risco a eventual reutilização de equipamentos.Site: Convergência DigitalData: 17/08/2009Hora: ------Seção: TelecomAutor: ------Link:http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=19975&sid=8