Banda Larga via rede elétrica: Copel diz que regulamento enterra oferta do serviço

01/09/2009
Pioneira no uso do PLC (Power Line Communications) no Brasil e a mais adiantada no uso da tecnologia para levar o serviço de acesso à Internet aos consumidores de energia elétrica, a Copel (Companhia Paranaense de Energia) freou o projeto de fornecer internet banda larga aos clientes. O motivo: as regras definidas pela Aneel que obrigam as distribuidoras a oferecer o compartilhamento da rede a terceiros.O regulamento, aprovado na semana passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, atingiu em cheio os planos da distribuidora de prover acesso à web através de uma subsidiária, a Copel Telecomunicações. É que, pela resolução da Aneel, as distribuidoras precisam oferecer publicamente o “aluguel” da rede e devem aceitar a melhor proposta. “No mundo inteiro, quem usa PLC é uma empresa ligada à distribuidora de energia. Todo o planejamento, a engenharia, a operação e manutenção da rede tem que ser integrados, algo impossível com uma empresa não associada", reclama o coordenador de PLC da Copel, Orlando Cesar Oliveira."Além disso, a regra permite que uma grande empresa de telecom, que tem muito mais recursos e é mais ágil, apresente um lance vencedor, mesmo que depois utilize apenas 1% da rede e engavete o resto”, complementa. As regras parecem mais adequadas ao modelo de negócios da Eletropaulo Telecom, que não tem interesse em oferecer acesso à internet aos consumidores. A empresa testa o sistema desde 2007 em três bairros paulistanos – Cerqueira César, Moema e Pinheiros – e já investiu R$ 20 milhões, mas o foco é no compartilhamento da rede. “Vamos oferecer as soluções para os nossos clientes, as operadoras e prestadoras de serviços de telecomunicações, para que elas sim cheguem até o usuário final”, diz a gerente geral, Teresa Vernaglia. Já a Copel começou a testar o sistema ainda em 2001, em 50 domicílios de Curitiba. Mais recentemente, iniciou um projeto-piloto em Santo Antônio da Platina, com 300 casas conectadas gratuitamente – com acessos de até 20 Mbps. A empresa esperava a regulamentação do PLC para começar uma exploração comercial em até 10 mil lares e, com essa experiência – inclusive para modelar custos e preços – partiria para um plano de negócios de US$ 400 milhões, necessários para conectar um terço do estado. “O regulamento afasta o uso do PLC como negócio. A Aneel foi influenciada pela Anatel e piorou a regulação depois da consulta pública, de forma a não perturbar as teles", lamenta Oliveira, da Copel." Conseguiram enterrar uma oportunidade para o país, o centésimo no mundo em acesso à internet. Dependemos, agora, de uma decisão da distribuição. Mas você acha que a Copel vai se meter num investimento de US$ 400 milhões para entregar para quem já é monopolista?”, conclui o coordenador do projeto na distribuidora de energia do Paraná.Site: Convergência DigitalData: 31/08/2009Hora: ------Seção: TelecomAutor: Luís Osvaldo GrossmannLink:http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=20135&sid=8