Pesquisa: mercado de TI lidera fusões no Brasil

16/11/2009

Estudo da KPMG aponta um crescimento de 22% no volume de transações do início do ano até setembro.

O mercado de TI lidera os processos de fusão e aquisição no Brasil, repetindo tendência mundial. É o que aponta a última pesquisa da consultoria KPMG, relativa ao terceiro trimestre de 2009. Foram 14 transações no período, totalizando 39 do início do ano até setembro passado e um crescimento de 22%.

Em todos os setores, o número de transações no terceiro trimestre de 2009 chegou a 117, entre julho e setembro, registrando alta de 21% em relação ao trimestre anterior. “Os últimos três meses foram os melhores desde que a crise explodiu ano passado”, avalia Motta. Até agora são 316 operações de fusão e aquisição no Brasil.

O resultado reflete o momento de recuperação econômica no cenário pós-crise. "Estamos assistindo a uma retomada no volume de operações, impulsionada pelo maior apetite das empresas brasileiras e estrangeiras", afirma o sócio da companhia responsável pela área de fusões e aquisições, Luís Motta.

Prova disso são os recentes negócios vistos tanto no Brasil quanto lá fora, que também têm impacto no País. “Não podemos ignorar essas movimentações, sobretudo porque as maiores estão presentes aqui, com subsidiárias fortes”, explica. A HP é um exemplo. A gigante acaba de divulgar a compra de fabricante equipamentos 3Com, por 2,7 bilhões de dólares.

E a lista não para. Nos últimos dois meses o mercado assistiu a cinco operações de fusão, entre elas a Dell/ Perot Systems e Cisco/ScanSafe. De acordo com Motta, das 39 transações envolvendo empresas de TI, 21 aconteceram entre companhias brasileiras, principalmente as de pequeno e médio portes. Na opinião do executivo são elas que manterão o mercado de fusões aquecido.

"A área de TI sempre teve maior volume de transações porque é um segmento pulverizado, dinâmico e com várias empresas nascendo", diz. Apesar da liderança dos processos de fusão no Brasil ser de empresas menores, ainda há algumas grandes com bala na agulha.

É o caso da Totvs que, depois de comprar duas empresas em menos de um mês, planeja novas transações de olho no aumento da receita. “Mas não vejo muito as grandes brasileiras fazendo ataques relevantes”, acredita. “As multinacionais é que prometem novas surpresas”. Para Motta, há uma leva de companhias que estão saudáveis e que seguraram o caixa para ver como ficava a crise.

Ou seja, esperaram o momento certo para abocanhar negócios a preços mais baixos do que seriam em um cenário aquecido. A tendência, segundo o executivo, é que a movimentação de fusões e aquisições se intensifique ainda mais no fim do ano.

Como o período médio para uma transação ser negociada varia entre cinco e sete meses, a expectativa é que os próximos três meses reflitam com mais força essa melhora do cenário e seja o melhor trimestre do ano.

Site: Computerworld
Data: 13/11/2009
Hora: 07h00
Seção: Negócios
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2009/11/12/mercado-de-ti-continua-liderando-fusoes-no-brasil/