Queda do dólar reduz crescimento das exportações de TI

17/11/2009

Para a Brasscom, serão US$ 3 bilhões em 2009, 36,4% sobre 2008, quando os serviços se expandiram 175%. A entidade quer o Brasil como segundo maior do mundo.

As exportações de serviços de terceirização de Tecnologia da Informação (offshore outsourcing) devem crescer 36,4% em 2009, somando 3 bilhões de dólares, segundo Antonio Carlos Rego Gil, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação Comunicação (Brasscom).

O índice é bem menor do que os 175% registrados entre 2007 e 2008, quando o volume de negócios passou de 800 milhões de dólares para 2,2 bilhões de dólares. Pesaram a crise financeira e a valorização do real em relação ao dólar, que diminuiu a atratividade das empresas brasileiras. Retomada a normalidade econômica, a expectativa é gerar 3,5 bilhões de dólares em 2010.

O prejuízo só não foi pior nos contratos que preveem exportações ou pagamentos em dólar, graças à Lei 11.774, que entrou em vigor em setembro de 2008 para reduzir custos de operação no mercado externo. Dependendo do volume exportado, a medida pode promover desoneração de até 20% na folha de pagamentos. “O que deveria ser um benefício veio compensar a variação da moeda”, explica Gil.

No esforço de internacionalização, a Brasscom realizou no dia 10/11, em Nova York, o U.S. Brazil IT BPO Summit, para apresentar dados do setor a cerca de 130 potenciais clientes e formadores de opinião. Gil acredita que o Brasil, atualmente variando entre a quarta e quinta posição do ranking, pode se tornar o segundo ou terceiro maior fornecedor de serviços de TI do mundo. O segmento offshore de outsourcing, software e serviços movimenta anualmente 84 bilhões de dólares e cresce a mais de 20% ao ano globalmente. A Índia domina 50 bilhões de dólares desse total, e o restante é dividido entre China, Rússia, Brasil, México e Filipinas.

O Brasil se destaca, de acordo com Gil, porque oferece estabilidade política, econômica, grande mercado interno, conhecimento tecnológico, fuso horário favorável, infraestrutura avançada, afinidade cultural.  Precisa, contudo, reduzir seus custos internos e definir logo um Plano Nacional de Banda Larga (em elaboração na Casa Civil). “Também é fundamental que as empresas brasileiras criem rapidamente uma rede, seja por meio de filiais ou pela formação de consórcios. É fundamental é ter presença nos EUA, na Europa e na Índia”, diz o presidnete da Brasscom.

Crescimento interno
O mercado brasileiro de tecnologia da informação e comunicação, estimado em 60 bilhões de reais em 2008, também promete crescer, de 10% a 12%, este ano e no próximo, quando já terá voltado ao cenário anterior ao da retração.

Gil destaca que esse número se refere à receita do setor, e não ao volume de negócios, que apresentou taxa maior, mas acompanhada de uma queda média de 30% na rentabilidade das empresas. A maior parte das vezes, devido a renegociações, para baixo, de contratos de licenciamento de software e de serviços. O U.S. Brazil IT BPO SUmmit teve apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), e se repetiu em Tóquio, nos dias 12/11 e 13/11. As 40 associadas da Brasscom incluem as maiores do setor e representam cerca de 70% do mercado.

Site: Computerworld
Data: 16/11/2009
Hora: 07h00
Seção: Negócios
Autor: Verônica Couto
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2009/11/16/queda-do-dolar-reduz-crescimento-das-exportacoes-de-ti/