As projeções indicam que deve existir uma injeção de investimentos no mercado brasileiro de tecnologia, o que tende a favorecer a compra e a venda de companhias.
De acordo com pesquisa global realizada pela consultoria Ernst Young, 48% dos investidores internacionais acreditam que tecnologia da informação será o primeiro mercado a retomar crescimento e ganhar injeção de recursos por meio da abertura de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, do inglês Initial Public Offering). Além disso, 60% dos entrevistados esperam aumentar as apostas no Brasil nos próximos 18 meses, colocando o País em segundo lugar, atrás somente da China (64%), na lista de destinos para os investimentos.
Uma análise dos números mostra que o Brasil terá mais dinheiro circulante para negócios em 2010, acelerando o movimento de fusões e aquisições, uma vez que o mercado de tecnologia ainda está bastante pulverizado. Mas para aproveitar as oportunidades, as empresas precisam cuidar da sua área de governança, riscos e conformidade (GRC).
De acordo com o sócio da Ernst & Young, Paulo Dortas, quem ainda não tem uma estrutura adequada de GRC já está atrasado. O intervalo para a preparação é de 12 a 24 meses, mas ainda dá tempo de correr atrás e se adaptar às necessidades conjunturais. “Com o investimento, o valor de mercado da companhia pode subir significativamente. Os investidores dão muita atenção a esse aspecto”, afirma.
Isso acontece por conta da imaturidade do Brasil nesse tipo de movimento, o que é natural para uma nação emergente. Mas o fato é que a empresa precisa incluir em seu planejamento estratégico os possíveis movimento perante as oportunidades. “Se a empresa considera a possibilidade de ser vendida no caso de receber uma boa proposta, deve ter um plano bem desenhado. Caso não exista estratégia, as chances de conseguir um bom negócio caem muito”, diz o sócio diretor da TGT Consult, Pedro Bicudo.
Os especialistas são unânimes em afirmar que não há receita de bolo para atingir o equilíbrio. Para cada tamanho de empresa e cada segmento de atuação há uma medida. Mas o certo é que, ao implementar políticas de GRC, a empresa precisa contar com o apoio da alta gestão. “O ideal no trabalho de convencimento é mostrar o prejuízo que a empresa está sujeita se não realizar o investimento na área”, afirma o gerente de consultoria da Sion, Cláudio Basso, que acrescenta: "Não adianta entrar em detalhes técnicos."
Outro benefício do GRC está no fato dele transformar a conclusão dos processos de fusões e de aquisições em algo mais simples e menos oneroso. “Empresas com essa disciplina já estão acostumados a realizar a integração das áreas de governança, risco e continuidade e conseguem fazer transições com tranquilidade”, conclui Basso.
Site: Computerworld
Data: 27/11/2009
Hora: 07h00
Seção: Gestão
Autor: Rodrigo Afonso
Link: http://computerworld.uol.com.br/gestao/2009/11/26/empresas-de-ti-precisam-estar-preparadas-para-aquisicoes/