PMEs seguram vendas da Intel

03/12/2009

Pelo menos até o terceiro trimestre, 2009 foi um ano não muito favorável às vendas da Intel para grandes empresas brasileiras. Em encontro realizado nesta terça-feira (01/12) com jornalistas em São Paulo, Mauricio Ruiz, diretor de assuntos corporativos, estimou uma queda de 20% na receita desse segmento por conta da crise econômica e a consequente redução de despesas.

O que evitou que os negócios B2B caíssem ainda mais foram os pedidos de pequenas e médias empresas. A Intel trabalha com 15 mil canais em todo o País e, juntas, as PMEs respondem por 60% do faturamento obtido em vendas corporativas.

Segundo Ruiz, isso ocorre por conta do perfil dessas empresas, geralmente chefiadas por famílias. Esses empresários se assemelham aos consumidores finais, que não deixaram de comprar computadores durante a turbulência econômica. “Quanto a população sentiu a crise? O governo fez um bom trabalho e o índice de confiança se manteve alto”, observa Ruiz.

Apesar de gastarem menos este ano, 30% das grandes empresas mantiveram seu ciclo de troca de equipamentos. Com as demais, a Intel partiu para o debate. “Nós paramos de falar com o CIO e passamos a conversar com o CFO, porque se você parar sua troca vai gastar mais com manutenção”, aponta Marcel Saraiva, gerente de desenvolvimento de mercado.

Além disso, Ruiz destaca – sem citar números – a diminuição na venda de servidores e alerta para o risco de muitas empresas ficarem sem sistema. No Brasil, segundo ele, há uma média de um servidor para cada 100 PCs, enquanto nos Estados Unidos esse índica é de um para 25. Essa parcela deve diminuir com a entrada de grandes datacenters no País.

Já entre as PMEs, o cenário é ainda mais alarmante. Ruiz aponta que 52% dessas empresas utilizam PCs como servidores. “O Brasil está entrando num momento de crescimento e essas empresas precisam se capacitar”, diz ele.

Terceiro mercado
Se neste ano as vendas de computadores pessoas praticamente se estagnaram na faixa dos 10 aos 12 milhões, a Intel prevê que no ano que vem o Brasil crescerá na ordem dos dois dígitos. Uma forte tendência são os equipamentos móveis, que devem passar dos atuais 41% de participação de mercado para mais da metade em 2010.

“No ano que vem seremos o terceiro maior mercado do mundo”, diz Cássio Tietê, diretor de marketing para o Brasil, apontando que somente Estados Unidos e China estarão à frente do País.

A oportunidade vislumbrada se deve ao fato de apenas 25% dos lares da classe C terem um computador, ou seja, há um mercado potencial de 23 milhões de famílias. Já entre a classe D, apenas 8% têm PC e, à medida que o crédito esteja disponível a eles, mais pessoas deverão adquirir suas primeiras máquinas.

Além disso, Tietê destaca que muitos brasileiros compraram seu primeiro PC nos últimos quatro anos, depois de criado o programa de incentivos do governo “Computador para todos”. “Esse consumidor vai querer trocar por um notebook”, conclui.

Site: B2B Magazine
Data: 02/12/2009
Hora: 15h08
Seção: Canais/Especial
Autor: Thiago Borges
Link: http://www.b2bmagazine.com.br/web/interna.asp?id_canais=4&id_subcanais=2007&id_noticia=24612&nome=&descricao=&foto=&colunista=1&pg=